sábado, 24 de março de 2018

SÓ CRISTO CUMPRIU TODA A LEI


Gálatas 3.10-14
“Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. 11 E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. 12 Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá. 13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), 14 para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.”

Nesta segunda sessão, Paulo argumenta que a Lei não pode justificar pecadores. Isso não pode acontecer por uma razão simples: o pecador é transgressor da lei, portanto não pode cumprir tudo o que a lei ordena.
1. Primeiro argumento: Ele começa no verso 10, afirmando que todos, sem exceção, que confiam na lei como meio de justificação, estão, na verdade, sob a maldição da Lei.
E por que? Ele responde citando Deuteronômio 27.26, onde está dito que a Lei exige perfeição daqueles que confiam nela. Portanto, aqueles que fracassam em guardar a Lei perfeitamente estão sujeitos ao seu julgamento.
Com isso, Paulo está mostrando que ao dar a sua lei, Deus não intentava salvar os pecadores por meio dela, mas sim condená-los. Conforme o versículo 19, a função da Lei era revelar e denunciar o pecado, nos tornando assim conscientes da nossa própria malignidade, a fim de que, por esta constatação, pudéssemos clamar por um substituto que a cumprisse em nosso lugar. Ou seja, a função da Lei era nos conduzir a Cristo.
Ora, sendo isso verdade, o caminho das obras ensinado pelos falsos mestres é um caminho de morte que levará o pecador a encontrar, não o favor de Deus, mas a sua justa condenação.
Para reforçar esse primeiro argumento, Paulo cita novamente Escritura (v.11) onde demonstra que é evidente que, pela lei ninguém é justificado diante de Deus, porque ninguém é capaz de cumpri-la totalmente e a os profetas vêm declarando desde há muito tempo que “o justo viverá pela fé”.
Além disso, no verso 12 Paulo argumenta que é impossível ser justificado pela lei porque lei e fé são coisas diferentes. A fé apenas descansa no que Cristo fez e assim recebe humildemente a vida da parte de Deus. Mas a Lei diz que só terá vida aquele que obedecer a tudo o que ela ordena. Segundo Paulo, são dois caminhos totalmente diferentes que levarão o pecador para lugares totalmente opostos.

2. Segundo argumento: Na segunda parte da argumentação, Paulo mostra que, por sua morte na cruz, Cristo redimiu judeus e gentios da maldição da lei, para que, por meio da fé, recebessem a bênção da justificação prometida a Abraão em Gênesis 12.3: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)” (Gálatas 3.13).
Depois de ter falado sobre Abraão e passando por Moisés, Paulo chegou ao descendente a quem se fez a promessa, Cristo.
Segundo ele, aquilo que a Lei não pode fazer (que é justificar o pecador), o nosso substituto fez uma vez por todas na cruz. Ele nos resgatou da maldição pronunciada pela lei, tomando sobre si mesmo a maldição que deveria recair sobre nós, como diz Pedro “o justo pelos injustos” (1Pe 3.18). E isso ele fez para cumprir a Escritura que diz: “Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro”.
Paulo está citando a Lei e nos fazendo lembrar dos dias do Velho Testamento, quando o criminoso condenado à execução era pendurado em um madeiro como símbolo da rejeição divi­na. Assim também Cristo, foi pendurado no madeiro romano, fora de Jerusalém, para demonstração pública de que Ele morreu sob a maldição de Deus.
Este é o caminho do evangelho: Jesus Cristo fez por nós o que não poderíamos fazer por nós mesmos. Ele não somente cumpriu toda a lei, vivendo uma vida perfeita por nós, como também sofreu o terrível julgamento da Lei que é a maldição que ela promete aos seus transgressores. 
Sendo assim, a única alternativa plausível para escapar da maldição da Lei, não é pelas nossas próprias obras (pois da perspectiva da lei nós somos transgressores), mas pela obra que Jesus Cristo fez como nosso substituto na cruz.
Poderíamos resumir todo o argumento de Paulo da seguinte maneira:

1. Primeiro: toda pessoa que tenta se aproximar de Deus pela observância da lei, experimentará a Sua maldição e o Seu desprazer, porque Deus é perfeito e exige perfeição absoluta, coisa que nenhum pecador pode atingir por ser um transgressor da lei.

2. Segundo: Cristo fez por nós o que não poderíamos fazer por nós mesmo: “Ele mesmo se fez maldição em nosso lugar” recebendo em suas costas a justa condenação da lei. E assim, todo aquele que depositar sua confiança em sua obra consumada, recebe o favor de Deus e é abençoado com a benção da justificação prometida a Abraão em Gênesis 12.3.
O resultado de tudo isso pode ver visto no verso 14 onde Paulo diz que, pela fé em Cristo, que é o descendente abençoado, a benção da justificação prometida a Abraão alcança não sós os judeus crentes, mas também os gentios, de modo que o Espírito Santo também lhes é concedido como parte da promessa a Abraão.
Em Cristo, portanto, a benção de Abraão se torna uma realidade de modo que todos os que estão unidos a Ele são abençoados com Ele.
Isso de tal modo que quando os gálatas receberam o Espírito e foram batizados em Cristo, foram trazidos escuridão existencial para dentro da comunidade da aliança e se tornaram verdadeiros descendentes de Abraão e herdeiros da promessa.

APLICAÇÃO:
USO 01: Esse texto serve para nos ensinar que desde o princípio do mundo, ninguém nunca foi salvo por cumprir a lei. Desde os dias do Velho Testamento a salvação é pela fé em Cristo, o descendente abençoado. Abraão sabia disso, Moisés e os profetas também tinham ciência desse fato. A prova disso é que Paulo cita Moisés e os profetas como prova Bíblica de sua doutrina. Como vimos, o objetivo de Deus ao dar sua lei aos descendentes de Abraão era revelar o pleno conhecimento do pecado (Rm 7.7) e não conceder salvação. Sendo assim, a lei não foi dada para que provássemos que somos santos, mas para provar que somos pecadores. O objetivo final disso era fazer com que o pecador, em tendo conhecimento pleno disso, pudesse clamar por Cristo, o substituto fiel que cumpriu toda a lei em nosso lugar. A função da Lei era nos conduzir a Cristo.

USO 02: Esse texto serve para nos ensinar que desde o princípio do mundo os pecadores foram salvos pela fé no descendente de Abraão. Este é o argumento de Paulo nessa passagem: por sua morte na cruz, Cristo redimiu judeus e gentios da maldição da lei, para que, por meio da fé, recebessem a bênção da justificação prometida a Abraão.  Ele foi o único que cumpriu a Lei e satisfez toda a justiça de Deus, efetuando assim o resgate daqueles que estavam condenados pela lei. E todo aquele que depositar sua confiança em Sua obra consumada, recebe o favor de Deus e é abençoado com a benção da justificação.

USO 03: Esse texto serve para nos ensinar que desde o princípio do mundo o objetivo de Deus era salvar pessoas do mundo inteiro e não apenas a descendência física de Abraão. Essa foi a promessa do evangelho a Abraão: em ti serão benditas todas as famílias da terra.”
E aqui Paulo nos diz que o resultado da obra consumada de Jesus alcança não só os judeus, mas também os gentios do mundo inteiro, de modo que o Espírito Santo é concedido aos gentios como testemunha de que pertencem à aliança  e de que são verdadeiros descendentes de Abraão e herdeiros da promessa de Gênesis 12.3.



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